O estudo das Relações Internacionais na maioria dos países latinos americanos se inicia por volta dos anos 70, exceto na Colômbia que se iniciou um pouco mais cedo, já nos anos 50. Naquele momento, a Colômbia passava pela pior crise humanitária do continente, conhecida como “La Violencia”, que registrava uma taxa média de 3 mil assassinatos por ano, com milhões de cidadãos deslocados, disseminação da prática de sequestro, além de assassinatos de lideres políticos e sindicais. O estudo da instabilidade política colombiana a partir de uma perspectiva internacional, bem como o estudo comparativo de negociações de paz, desde então tem motivado a disseminação de pesquisas em Relações Internacionais.
A instituição pioneira a criar um programa dedicado
ao tema foi a Universidad de Bogotá Jorge Tadeo Lozano, que iniciou o curso de Política
Internacional em 1958, com o objetivo problematizar os problemas sociopolíticos
internos e sua relação com a ordem mundial. Em 1959, foi criado o Instituto de
Política Internacional, História e Diplomacia (IPIHD), implementando um curso
que capacitava estudantes com o título de Especialista em Política
Internacional, com duração de 3 semestres. Em 1961, o Instituto de Estudos
Diplomáticos e Internacionais cria um plano de estudo em Direito Internacional
e Diplomacia, com 4 semestres. Já em 196, uma reforma curricular amplia o curso,
transformando-o numa Licenciatura em Relações Internacionais e Diplomacia. Mas
somente em 1985 o ICFES aprova o curso de 8 semestres de graduação em Relações
Internacionais. Em 1991, o curso passa para uma duração de 10 meses. O curso é
atualmente coordenado pela professora Olga Lucía Lllera Correal, autora do
livro “Colombia: ¿una potencia en desarrollo? Escenarios y desafíos para su
política exterior”.
O
curso de Relações Internacionais da Universidad de Bogotá Jorge Tadeo Lozano possui
um grande reconhecimento no país, e desde 2003 tem sido avaliado como um curso
de alta qualidade pelo Ministério da Educação Colombiano, com uma constante
presença de seus antigos estudantes nos altos cargos do governo, empresas e
diplomacia, como Diego Uribe Vargas, Camilo Reyes Rodríguez e Guillermo
Fernández de Soto, ministros das Relações Exteriores da Colômbia.
Entre
o corpo docente do curso destacam-se os professores Angélica Alba Cuellar,
Egoitz Gago, José Alberto Perez Toro, Maria Consuelo Ahumada, Mário Forero,
Maurizio Agudelo e Miguel Barreto de Sousa.
Na Universidad Nacional, de Bogotá, foi criado em
1986 o Instituto de Estudios Políticos y Relaciones Internacionales (IEPRI),
preocupado a entender melhor a inserção do país na realidade política
internacional, se trnando um dos pontos de referência para o debate da
pacificação do conflito armado na Colômbia, em sua perspectiva internacional. O
IEPRI possui como pesquisadores de destaque Constanza Amézquita, Camilo Vargas,
Andrés Prieto, Sandra Borda, Diana Rojas, Laura Moreno Segura, María Paz Berger
e Carlos Castillo.
Outra referência para o estudo das Relações
Internacionais na Colômbia é o Centro de Investigaciones y Proyectos Especiales
(CIPE), da Facultad de Finanzas, Gobierno y Relaciones Internacionales, criado
em 1993, especializado em políticas públicas e política externa. É ali que se
encontra o Observatorio de Análisis de los Sistemas Internacionales (OASIS), criado
em 1996 e, atualmente, coordenado pelo professor Bernardo Vela Orbegozo. Ali
atuam na área científica Martha Ardila, Andelfo García, Rafael Estrada Michel,
Carlos Hakansson Nieto, Josefina Echevarría e Rubén Martínez Dalmau.
Na tradicional Pontificia Universidad Javeriana,
existe o Instituto de Derechos Humanos y Relaciones Internacionales (IDHRI), fundado
em 1994, vinculado à Facultad de Ciencias Politicas y Relaciones
Internacionales, especializado em Direito Internacional Humanitário. Conta como
pesquisadores de destaque Consuelo Ahumada, Javier Sanín, Fernando Giraldo, Eduardo
Pastrana Buelvas, Martha Lucía Márquez Restrepo e Claudia Dangond Gibsone.
Todos esses institutos podem contribuir com
uma economia bastante dinâmica em franco processo de integração internacional,
contribuindo para acabar com os vestígios deixados pela longa crise
institucional vivida pelo país.
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