quarta-feira, 24 de abril de 2013

O estudo das Relações Internacionais na Inglaterra

(Victória Coelho)

     Ao longo da história, a Inglaterra tem ocupado posição de potência mundial e exercido grande influência sobre o cenário político e econômico mundial, sendo até 1950 considerada como uma superpotência. No entanto, o custo de duas guerras mundiais e o processo de descolonização diminuiu essa significativamente essas influência, mesmo permanecendo um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, um legado de seus dias de Império Britânico.

Com essa projeção internacional, o estudo das Relações Internacionais (RI) conheceu muito desenvolvimento nas ilhas britânicas, como disciplina acadêmica, ali se originando em 1919. Ainda no ambiente da realização da Conferência de Paz de Paris, foi concebida a idéia de um instituto anglo-americano para estudar os problemas internacionais com vista a impedir as guerras futuras. Essa iniciativa originou a criação do Instituto Britânico de Assuntos Internacionais que, em 1926, se tornou o Instituto Real de Assuntos Internacionais, também conhecido como "Chatham House", uma organização que preserva sua independência, ideológica e financeira. Na mesma época, a London School of Economics inauguraria um departamento de Relações Internacionais que, posteriormente, seria importante para a construção de teorias da chamada "escola inglesa" das Relações Internacionais.

O desenvolvimento da chamada "escola inglesa" se baseou sobre o trabalho de um grupo de estudiosos e diplomatas no final da década de 1950. Os mesmos se juntaram e construíram o Comitê Britânico para a Teoria da Política Internacional, com o objetivo de investigar questões fundamentais da teoria internacional. Mais que isso, essa Escola, ao longo dos anos, ensaiou a forma de ver as relações internacionais mais condizente com as ondas de desconfiança do racionalismo e mais próxima à voga do construtivismo social.

No período pós Segunda Guerra o foco do debate das relações internacionais também se encontrava polarizado entre o Realismo e o Liberalismo. A partir desse cenário surge a Escola Inglesa, que se apropria de conceitos das duas teorias clássicas antecessoras, contudo criando uma via intermediária, uma fusão alternativa onde se utilizava dos elementos do Realismo e do Liberalismo com o objetivo de entender as relações internacionais, considerando ainda para aspectos como os valores culturais e a desigualdade.

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