quinta-feira, 2 de abril de 2015

Muito além de um Hidjab

(Rhayana Gonçalves)

Você já deve ter percebido que poucos países do Oriente Médio participam do Miss Universo (concurso feito anualmente e é a maior competição de beleza realizada no mundo). Isso se deve ao fato de que para algumas religiões (como o Islã), as mulheres não podem usar qualquer tipo de roupa e possuem diversas restrições.

Porém, uma âncora de TV chamada Eka Shanti, depois de ter se recusado a tirar o véu durante uma transmissão criou o concurso chamado “Miss Mundo Mulçumana" (Miss Muslimah World), criado em 2011 é um concurso voltado não só para a beleza física, mas também para os valores religiosos.

No referido concurso islâmico de beleza, mais de 18 países participam, entre eles a Alemanha, Bangladesh, Egito, Estados Unidos, Índia, Indonésia, Irão, Nigéria, Palestina e outros.


Para Eka, o concurso é a resposta aos concursos de miss. Em entrevista a AFP, disse que "Há papéis alternativos para mulheres muçulmanas". A competição é patrocinada por uma marca de maquiagem feita especificamente para mulheres muçulmanas. Os requisitos principais na competição são vestimenta e o conhecimento religioso, especificamente a compreensão do Alcorão.


(Obabiyi Aishah Ajibola, vencedora de 2012 disse que 
"Nós só estamos mostrando ao mundo que e o Islã 
também é bonito" e completou, "Somos livres, 
e portar o véu é nosso orgulho". Fonte: Reuters)


Mulheres no concurso "Miss Muçulmana" em 2013 usando Hidjab.
( Foto de Ulet Ifansasti).


É importante lembrar que as participantes do concurso são muçulmanas e vestem o Hidjab, o véu característico das mulheres árabes, que cobre a cabeça e o corpo, mas deixa as mãos e rosto de fora. Para muitas mulheres é a prova mais verdadeira da sua condição de muçulmanas.

Existe muita confusão para nós, ocidentais, quanto às roupas das mulheres do Oriente Médio. É importante lembrar que o Hidjab não é o único tipo de vestimenta do Oriente islâmico. Talvez a mais famosa seja a Burca, que é um manto que cobre dos pés a cabeça, inclusive as mãos e os olhos. A sua única abertura é uma espécie de rede de malha que permite que quem a veste tenha uma visão limitada. Feita de material barato, e apesar de ter cores variadas, as mais usadas são as de cor preta e azul celeste, sendo muito disseminada no Afeganistão e Paquistão.

A burca acabou muito disseminada durante o governo ultraconservador Talibã, quando as mulheres afegãs eram forçadas a vestir a burca quando estivessem em público. Porém, o Islã não obriga formalmente o uso dessa vestimenta e de nenhuma outra que cubra o rosto, além da burca ter sido originada na tradição beduína, na península árabe. 


(Burca Azul Celeste- Fonte: Desconhecida)


(Mulheres de Niqab na Austrália – AFP)

Outros véus islâmicos mais conhecidos e que também causam confusão é o Niqab, muito parecido com a burca mas que diferentemente não cobrem os olhos.  E também, o Xador (ou Chador) que é parecido com o Hidjab, mais conhecido no Irã, cobre o corpo inteiro mas o rosto fica exposto.

(Chador, não cobre o rosto apesar do corpo inteiro ser escondido. 
Fonte: Tvaraj)


As mulheres aceitam pois é o que as tradições islâmicas pedem, o que Deus ordenou e é uma honra. As mais conservadoras acham indigno e imoral muçulmanas que não aceitam suas vestimentas.

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