terça-feira, 19 de maio de 2015

Terrorismo e Comunismo - um olhar sobre os grupos Brigadas Vermelhas e Naxalitas

(Roberta Nolasco)

Brigadas Vermelhas (BR), ou Brigate Rosse, como é o seu nome original em italiano, é um grupo terrorista 
formado em 1969, na Itália, inspirado por ideais comunistas. Esta organização política extremista originou-se no movimento estudantil italiano da década de 1960 e desenvolveu suas atividades durante os anos 1970 e 80, priorizando ações violentas contra instituições da sociedade capitalista.

As BR tinham como inimigo imediato a Democracia Cristã (DC), partido que estava no poder na Itália durante os anos 1970. O líder da DC, Aldo Moro, foi sequestrado e morto pelas BR em 1978, em Roma, quando se encontrava no caminho entre sua casa e a Câmara dos Deputados. O grupo terrorista tinha como objetivo criar o Partido Comunista Combatente e atacar as instituições do capitalismo e do imperialismo, visando debilitar o Estado, e promover 
uma revolução social, com a a implementação de um novo sistema, de inspiração comunista. Dessa maneira, com um novo governo, a Itália deixaria o bloco ocidental, e a OTAN, passando a se alinhar ao bloco socialista.

No início de suas atividades, o grupo realizava ações de pequena escala, como incêndios de veículos ou de fábricas, passando a sequestros de pessoas influentes da política italiana, promovendo a exposição midiática destes dirigentes. Nos anos 1980, as BR entraram em um período de declínio. Cerca de 500 integrantes estavam presos, e a polícia obteve colaboração de vários deles em troca de redução da pena. Apesar dos esforços da organização para se reerguer, a polícia italiana conseguiu deter as ações do grupo e reduzi-lo a uma situação de quase desaparecimento.

As ações terroristas de inspiração política-ideológica também conheceram uma outra expressão a milhares de quilômetros dali, na Índia. 
O grupo de militantes comunistas conhecido como Movimento Naxalista tem esse nome porque foi fundado na vila Naxalbari, no estado indiano de Bengala Ocidental. O movimento é inspirados pela ideologia maoísta, e foram declarados como uma organização terrorista no âmbito das leis contra a prevenção das atividades ilegais da Índia, em 1967. Suas atividades são concentradas em uma região conhecida como “Corredor Vermelho”, onde eles detém um grande controle territorial. 

Um dos objetivos do grupo, é conseguir o apoio das camadas mais pobres do país, especialmente as castas de "intocáveis, como dalits e adivasis, para provocar um clima de instabilidade política e viabilizar a tomada do poder na região, como meio de garantir a realização dos direitos sociais, como direito à terra, emprego e renda, e dignidade social. 
Os líderes do movimento declararam que visam a criação de um Estado Comunista independente na Índia. Os alvos de seus ataques têm se concentrado nas chamadas áreas tribais da região, atacando a polícia e funcionários do governo.

O conflito entre este grupo maoísta e o governo indiano causou a morte de cerca de 749 pessoas em 2006, segundo o Centro Asiático para os Direitos Humanos (ACHR). 

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