terça-feira, 19 de maio de 2015

Al-Qaeda - uma história do terrorismo

(Rhayana Gonçalves)


A Al-Qaeda ("a base", em árabe) foi criada por volta de 1989 por Osama Bin Laden. Quando criada, a Al-Qaeda tinha como objetivo organizar e treinar combatentes de origem saudita para o combate às tropas soviéticas estacionadas no território do Afeganistão, em aliança com o Talibã, principal grupo "mujaidin" operando no revolta afegã. Este núcleo de combatentes tinha como motivação ensinamentos islâmicos fundamentalistas, justificando as ações militares como parte da "jihad" contra infiéis ocidentais, e era financiado por recursos oriundos da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, viabilizando tanto a compra de armas como o treinamento.

Após a saída das tropas soviéticas do Afeganistão, este núcleo de combatentes reorientou seu foco para combater a presença norte-americana no Oriente Médio, alegando que conduziam uma política de opressão aos muçulmanos.

Mesmo sem uma estimativa concreta sobre o total de seus efetivos e recursos, o grupo começa a marcar presença em ações terroristas na Somália, Yêmen, Kenya ou Bósnia, culminando com o atentado ao World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001, atentado que a tornou mundialmente conhecida. Todos os 19 terroristas que sequestraram 4 aviões comerciais nos Estados Unidos e os lançaram contra alvos americanos eram sauditas e pertenciam ao grupo.

O atentado gerou uma intervenção militar americana em solo afegão, na tentativa de desbaratar os grupos terroristas islâmicos, bem como seus campos de treinamento. Desde então, os militantes desta organização tem estabelecido de maneira sempre clandestina novos bases de treinamento em muitos países, tais como Argélia, Líbia ou Cade, além de núcleos operacionais em países europeus que apóiam as intervenções militares americanas.

Mesmo diante da grande repercussão na mídia, é importante lembrar que ainda existem muitos questionamentos sobre a Al-Qaeda, sobre a sua real relevância e até mesmo sobre a sua existência como instituição formal. Como o próprio Bin Laden declarou em entrevista à emissora Al-Jazeera, a "formalização" do grupo foi feita pelo governo americano, com o objetivo de enquadrar a rede de combatentes como "organização criminosa", legitimando juridicamente as ações militares e a prisão de suspeitos subsequentes, ações que viriam a ser conhecidas como "Guerra ao Terror".

Quanto ao célebre líder da organização, Osama Bin Laden, durante anos ele foi procurado pelas tropas americanas, sem que se encontrasse qualquer indício concreto de seu paradeiro, fazendo com que a campanha de captura permanecesse insolúvel aos olhos da opinião pública. Nesse contexto, em maio de 2011, o presidente Obama declara que Bin Laden havia sido morto numa ação secreta de um comando especial do exército americano.

Recentemente, o célebre jornalista americano Seymour Hersh, através de artigo publicado no "London Review of Books", levanta muitos questionamentos sobre a autenticidade desta versão do governo americano, especialmente sobre a falta de envolvimento direto do governo paquistanês, e também sobre a própria existência de tal operação comando.

http://www.lrb.co.uk/v37/n10/seymour-m-hersh/the-killing-of-osama-bin-laden

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