terça-feira, 24 de abril de 2012

A crise europeia e as relações entre Moldávia e Romênia

(Daiane Oliveira)

Com o agravamento da crise econômica europeia, as tensões entre Moldávia e Romênia tem se deteriorado, especialmente a partir de julho de 2010. Na Romênia, é crescente o sentimento de que uma das causas principais das penúrias vividas pelo país após a deflagração da crise econômica seria justamente o peso da política de incorporação da antiga república soviética da Moldávia. Esta política resultou em grandes reformas administrativas e na extensão de políticas sociais para grande parte da população moldava, uma vez que o governo romeno reconheceu o passaporte soviético dos moldavos como documento válido para a residência na Romênia, o que resultou em forte onda de imigração.

A grande maioria dos moldavos que entra na Romênia busca a continuação da migração para a União Europeia a partir da Romênia, visando especialmente a Itália e a Espanha. Mesmo assim, este fluxo imigratório é percebido como elemento complicador para a estagnada economia romena, a segunda mais pobre da União Europeia, ao lado da Bulgária, aumentando ali as taxas de desemprego. Além disso, os custos da integração oneram o orçamento romeno, devido às ações na formação de infraestruturas e políticas sociais, especialmente educação e formação técnica.

Numa conjuntura de recessão e desemprego na Europa ocidental, a administração comunitária tem pressionado a Romênia a rever sua política de fronteiras abertas, o que viabiliza a entrada de trabalhadores de mão-de-obra barata competindo em outras regiões do continente, contribuindo para desvalorizar os salários. Uma demanda difícil de ser administrada na Romênia, que vê o povo moldavo como culturalmente ligado à Romênia. Um grande dilema político.

Nenhum comentário:

Postar um comentário