sexta-feira, 11 de abril de 2014

As Relações Internacionais do México

(Bruno Fortes)

Os princípios da política externa mexicana são o respeito pelo direito internacional e igualdade jurídica dos Estados, o respeito à soberania e independência dos povos, não-intervenção nos assuntos internos de outros países país, a resolução pacífica de conflitos e a promoção da segurança coletiva através da participação em organizações internacionais.
Tradicionalmente, a política externa do México tem sido considerada de “esquerda”, assumindo posições nacionalistas e não alinhadas, demonstrando bastante independência em relação à política externa dos Estados Unidos. Durante os anos 1960, o México apoiou o governo cubano e, mais tarde, durante os anos 1970, a revolução sandinista na Nicarágua e os grupos revolucionários de esquerda em El Salvador. Nos anos 1970, o governo mexicano boicotou a Organização dos Estados Americanos (OEA) para protestar contra o golpe militar no Chile, suspendendo as relações diplomáticas com o Chile e África do Sul.
As exportações de petróleo, valorizadas pela crise do petróleo a partir de 1973 redimensionou a inserção internacional do país, uma vez que a grande entrada de dólares contribuiu para mudar a percepção de seu papel nos assuntos mundiais e de se tornar uma importante potência regional, contribuindo para a implementação de uma política externa mais assertiva e independente, especialmente após a presidência de Luís Echeverria (1970-1976). Em 1983, o govrno mexicano liderou a formação do “grupo de Contadora”, um grupo regional de 4 países (Colômbia, México, Panamá e Venezuela) para negociar uma solução pacífica para os confrontos de guerrilha na América Central.
A constante referência da política externa mexicana tem sido inevitavelmente, desde o século XIX, a relação com os Estados Unidos, a grande potência hemisférica com que compartilha uma extensa fronteira, intensa relações comerciais, baseadas nas exportações de petróleo. Os governos mexicanos tem tradicionalmente criticado a política externa americana, assumindo o papel de líder regional nas posições contrárias aos Estados Unidos.
Entretanto, a partir da administração de Salinas, o foco principal da política externa mexicana passou a priorizar o livre comércio e a constituição de um acordo comercial regional com os Estados Unidos, o NAFTA, além da assinatura de outros acordos comerciais bilaterais, com Colômbia (1994), Venezuela e Bolívia (1995). Sob a presidência de Salinas, o tradicional nacionalismo mexicano não alinhado começou a ser redefinido a partir de uma abordagem mais pragmática, batizada de "nacionalismo progressista". Ao longo dos anos 1990, a presidência de Zedillo consolidou essa prioridade na inserção proveitosa com a economia internacional.

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